Domingo, 8 de Março de 2009

Reflexão - Porque deve a escola contribuir para a formação pessoal e social dos alunos?

 

A escola, mais do que um espaço físico, é ou deverá ser um espaço propício ao crescimento / desenvolvimento do indivíduo, que é pessoa, nas suas dimensões intelectual, emocional, afectiva, artística, ética, moral, entre outras.

     A sociedade (espelho das individualidades), só se desenvolve convenientemente se a escola, para além de ser instrutiva, for formativa, possibilitando aos alunos o desenvolvimento integral dos seres magníficos que são.

     A escola faz parte do mundo dos alunos e o mundo da escola são eles. Como tal deverá abrir de par em par as portas da afectividade para acolher vidas (dons riquíssimos), num ambiente que se quer harmonioso, alegre, e proveitoso, isto é, de contínua aprendizagem. A escola é local de desafios sempre novos e renováveis.

     Que desafios? Que procuram os pais para os seus filhos? Que procuram os alunos para si próprios? Procuram a felicidade? Onde e como procurar essa felicidade?

     Com este conjunto de questões, normalmente difíceis de responder,  podemos olhar a escola como um lugar de procura e discernimento permanentes.

     O ser humano não é estático. Docentes e discentes são humanos, logo em permanente busca de si, do outro, e de si com o outro.

     O desenvolvimento vocacional é ponto de partida na busca da felicidade. Proporcionar aos adolescentes / jovens essa busca de forma orientada, empenhada e séria, respeitando a individualidade do outro (a sua dignidade), é o contributo formativo mais premente, que a escola do nosso tempo pode dar a esses adolescentes / jovens, que são parte integrante da sociedade, desde o seu nascimento e não apenas depois do terminus de um qualquer percurso académico.

     Mais importante do que a certeza para ande ir, é,  no meu ponto de vista, a certeza de por onde e como se caminha. Julgar que na vida não há dificuldades e não há que realizar esforços é pura utopia. Mas vislumbrar êxito e triunfo é um sonho realizável, alcançável na medida em que se vai estruturando a maturidade da pessoa. A escola, numa atitude dialógica com o seu mundo (os alunos) é lugar de amadurecimento individual, dando a perceber desde cedo a dimensão comunitária (social). A escola, ensina a saber ser, a saber estar e a saber fazer, nunca esquecendo o que cada um é enquanto indivíduo inserido num contexto familiar, cultural, económico e social, muitas vezes completamente divergente dos padrões sociais comumente aceites.

     A escola deve procurar, não pela razão da força, mas pela força da razão e porque não pela força da razão e do amor, tornar o homem mais humano e a humanidade mas acessível.

     Numa tentativa simplista de fundamentar o supra escrito, atrevo-me a colocar a sílaba tónica no manancial que cada aluno traz consigo para o ambiente escolar e que tem de ser obrigatoriamente descoberto, analisado e nunca esquecido de modo que a relação docente / discente se vá pautando por uma confiança mútua para que, quando lançado na vida exigente das sociedades, o homem formado possa ser pessoa formada e de confiança.

     Para tudo isto necessário será, tempo e vontade para desenvolver uma das mais difíceis competências dos nossos dias. Saber ouvir. Ouve-se tanto e escuta-se tão pouco. Com não pouca frequência não sabemos deixar falar os outros e ouvir tudo até ao fim e quando o fazemos, ouvimos mas não escutamos. Partir do aluno (pessoa) para chegar ao aluno é o maior desafio lançado a todos nós, bem como à escola deste tempo, que se intitula da pós modernidade.

 

António Manuel Correia Rocha

publicado por emrcvida às 18:24
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